segunda-feira, 30 de julho de 2012

HISTÓRIA - PARTE III

Os Artaxíadas
A influência do Império Selêucida sobre a Armênia enfraqueceu depois de ter sido derrotado pelos romanos na Batalha de Magnésia em 190 a.C. Um estado helenístico armênio foi, então, fundado no mesmo ano por Artaxias I juntamente com o reino armênio de Sofene liderado por Zariadres. Artaxias conquistou a cidade de Yervandashat, unindo o planalto armênio à custa das tribos vizinhas e fundou a nova capital real, Artaxata, perto do rio Araxes. De acordo com Estrabão e Plutarco, Aníbal Barca, general cartaginês inimigo dos romanos, recebeu hospitalidade na corte armênia de Artaxias I. Esses autores acrescentam uma história apócrifa de como Aníbal planejou e supervisionou a construção de Artaxata.
Artaxiad.svg
Bandeira dos Artaxíadas
A nova cidade (que é a atual cidade de Artashat na Armênia moderna) foi colocada em uma posição estratégica na confluência de rotas comerciais que ligavam o mundo grego antigo com a Báctria, Índia e Mar Negro, o que permitiu aos armênios prosperarem. Um rei artaxíada posterior, Tigranes, o Grande, aproveitou a oportunidade para a expansão territorial na constante luta civil na Síria, ao sul do reino armênio. Em 83 a.C., a convite de uma das facções nas guerras civis intermináveis, ele entrou na Síria e logo se estabeleceu como governante do país, colocando o Império Selêucida (já muito combalido e reduzido) praticamente no fim e governou em paz por 17 anos. No seu apogeu, de 95 a 66 a.C,. a Armênia liderada por Tigranes, o Grande, estendeu a sua soberania para fora do planalto armênio: sobre partes do Cáucaso e da área que é agora o sudeste da Turquia, Irã, Síria e Líbano. Era um dos Estados mais poderosos no Oriente Próximo.
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O Império Armênio sob Tigranes, o Grande

A Armênia e Roma
Armênia caiu sob a esfera de influência romana em 66 a.C., depois da batalha de Tigranocerta e a derrota final do aliado da Armênia, Mitrídates VI do Ponto, inimigo de Roma. Marco Antônio invadiu e derrotou o reino em 34 a.C., mas os romanos perderam a hegemonia durante a quarta guerra civil da República Romana entre 32 e 30 a.C. Em 20 a.C., o imperador Augusto negociou uma trégua com os partos, povo iraniano que constituíra um império no Oriente, tornando a Armênia uma zona tampão entre as duas grandes potências. Augusto instalou Tigranes V como rei da Armênia no ano 2 d.C., mas ele foi substituído pela rainha Erato da Armênia no ano 6. Os romanos então instalaram Mitrídates da Armênia como um rei cliente (vassalo). Mitrídates foi preso pelo imperador Calígula, mas depois restaurado por Cláudio.
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O Reino da Armênia em torno do ano 50 d.C.
Posteriormente, a Armênia foi muitas vezes um foco de disputa entre o Império Romano e o Império Parto, e as duas grandes potências davam apoio a soberanos opostos e usurpadores. Os partos tomaram a Armênia em 37, porém, em 47, os romanos retomaram o controle do reino. Em 51 a Armênia caiu diante de uma invasão da Ibéria (reino do Cáucaso) patrocinada pelos partos e liderada pelo príncipe iberiano Radamisto, que reinou no país. Tigranes VI, de origem judaica, passou a reinar em 58 d.C. instalado pelo apoio romano. O período de turbulência termina em 66 d.C., quando Tiridates I, um nobre parto, foi coroado rei da Armênia pelo imperador Nero. Para o período remanescente do reino armênio, Roma ainda considerou oficialmente a Armênia um reino cliente, mas a dinastia reinante era de origem parta, os Arsácidas, e escritores contemporâneos romanos entenderam que Nero praticamente legou a Armênia para os partos.
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Ilustração que representa uma estátua do rei Tiridates I
erguida em Roma por ocasião de sua visita

A localização estratégica da Armênia fez com que o Império Romano instalasse pelo menos duas legiões no país. A Legio I Armeniaca (primeira legião armênica) foi uma das últimas legiões do período do Império Romano. Esta legião é mencionada em um texto antigo conhecido como Notitia Dignitatum. É mais provável que essa legião tenha sido formada nos séculos II ou III, na parte ocidental do reino da Armênia e que sua missão era proteger as terras armênias de invasões. Essa legião participou da malfadada campanha do imperador Juliano, o Apóstata, contra os sassânidas em 363. A Legio II Armeniaca (segunda legião armênica) é do período tardio do Império e também é mencionada no Notitia Dignitatum. Ela provavelmente foi criada no final do século III ou no início do século IV. Ela teve um acampamento permanente em uma das províncias do norte do Oriente e construiu um acampamento em Satala. A Segunda Legião é ainda mencionada no 360 d.C. como parte da guarnição de Bezabda (atual cidade de Cizre na Turquia) na região do alto rio Tigre. Em Bezabda, essa legião serviu juntamente com legiões Parthica e Flavia II. Em 390 Bezabda foi tomada pelos persas e um banho de sangue terrível se seguiu contra a guarnição e habitantes. No entanto, a legião parece ter sobrevivido a esta batalha, porque ele aparece na Notitia Dignitatum que foi escrita no século V. Mais tarde a Segunda Legião tornou-se uma parte do exército bizantino.
File:Legio II Armeniaca2.svg
Símbolo da Segunda Legião Armênica
FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Roman_Armenia
http://en.wikipedia.org/wiki/Kingdom_of_Armenia_(Antiquity)
http://en.wikipedia.org/wiki/Tiridates_I_of_Armenia
http://www.imperiumromanum.com/militaer/heer/legionen02_07.htm

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