Artavasdes II (armênio: Արտավազդ Երկրորդ, Artavazd Yerkrord) reinou na Armênia entre 55 e 34 a.C. Ele sucedeu seu pai, Tigranes II, o Grande. Não era filho de Cleópatra do ponto, a rainha e principal esposa de Tigranes II. Quando o Grande Rei ainda estava vivo, desde os 54 anos ele tinha associado seu filho Artavasdes com ele no governo. Seus irmãos se revoltaram contra o pai e morreram por causa disso. Artavasdes era um príncipe da natureza irresoluta e embora de espírito cultivado, ele não poderia escapar do confronto entre as crescentes potências, a República Romana no Ocidente e o Reino Parto no Oriente. Com receio de ambos, ele tentou fugir dos perigos, tomando o lado de qualquer antagonista que parecesse prevalecer no momento, uma atitude que se revelou fatal.
Moeda com a efígie de Artavasdes II |
Artavasdes foi inicialmente um aliado de Roma, mas quando o rei Orodes II de Pártia invadiu a Armênia depois de sua vitória sobre o general romano Marco Licínio Crasso na Batalha de Carras em 53 a.C., ele foi forçado a se juntar aos partos. Ele deu a sua irmã em casamento ao filho e herdeiro de Orodes II, Pácoro. Os partos invadem a Síria. Roma, combalida por guerras civis e pela derrota de Crasso, pouco pode fazer até que a situação foi contornada com o estabelecimento de César Otávio e Marco Antônio como as supremas autoridades romanas e Roma pode voltar a intervir no Oriente. Em 36 a.C. Marco Antônio invadiu a Armênia e Artavasdes mudou de lado novamente colocando tropas auxiliares à disposição dos romanos. Antônio aceitou a oferta, e de acordo com o conselho do rei armênio, evitou as planícies áridas da Mesopotâmia, que causaram a derrota de Crasso; tomou a rota via Armênia para marchar contra as cidades de Ecbátana e Ctesifonte, com a intenção de assim atacar o coração do Império Parto. Porém a campanha romana foi um desastre e Antônio atribuiu a Artavasdes o seu fracasso.
A Armênia e o Império Parto no século I a.C. |
Em 34 a.C. Antônio planejou uma nova invasão à Armênia. Primeiro, ele enviou seu amigo Quinto Délio, que ofereceu um noivado entre Alexandre Helios, filho de Antônio com a rainha Cleópatra VII do Egito, então com seis anos, com uma filha de Artavasdes, mas o rei armênio hesitou. Agora, o líder romano marchou em direção a Armênia. Ele convocou Artavasdes à cidade de Nicópolis, alegadamente para preparar uma nova guerra contra a Pártia. Mas o rei não veio. Então, Antônio rapidamente marchou até Artaxata, a capital da Armênia. Ele prendeu o rei e o manteve consigo, porque ele esperava obter com a ajuda de seu refém grandes tesouros dos castelos armênios. Mas Artaxias, o filho mais velho do rei capturado, foi eleito como sucessor. Depois de uma batalha perdida Artaxias fugiu para a corte do rei parto. Finalmente, Antônio levou Artavasdes para Alexandria. A Armênia quedou-se sob o poder romano e o filho de Antônio, Alexandre Hélios, foi declarado nominalmente o novo rei armênio.
Denário de Marco Antônio e Cleópatra e a inscrição Armenia Devicta, Armênia derrotada. |
Artavasdes e sua família, que foram amarrados com correntes de ouro, tiveram que seguir Antônio em sua procissão triunfal. Cleópatra VII do Egito esperava o triúnviro romano em um trono de ouro, mas Artavasdes se recusou a homenagear a rainha egípcia por proskynesis (prostrar-se diante de uma pessoa de maior posição social). No passado, ele tinha sido um inimigo de seu homônimo, o rei Artavasdes I da Media Atropatene, que havia se tornado um aliado de Antônio. Após a batalha de Áccio (31 a.C.), o rei armênio foi executado por decapitação por mando de Cleópatra. Ela enviou a cabeça para Artavasdes I da Média Atropatene para garantir a sua ajuda. Segundo Plutarco, Artavasdes foi um estudioso consumado que compôs tragédias gregas e histórias, refletindo assim o ambiente helenístico em que fora criado por Tigranes II e a rainha Cleópatra do Ponto.
FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Artavasdes_II
http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Asia/Armenia/_Texts/KURARM/14*.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário