quinta-feira, 20 de setembro de 2012

TIGRANES V (6 – 12 d.C.)

Tigranes V, também conhecido como Tigran V (em grego: Τιγράνης, armênio: Տիգրան Ե, Tigran Ye), viveu entre 16 a.C. e 36 d.C.. Ele foi um príncipe oriundo da dinastia herodiana, a qual governou a Judeia no início da era cristã, e serviu como um rei da Armênia subalterno ao Império Romano entre 6 e 12 d.C.
Moeda do reinado de Tigranes V

Origens e Ascendência
Tigranes foi o primeiro filho de Alexandre e Glafira, nobre orientais. Alexandre foi um príncipe da Judeia, de ascendência judaica, nabateia e edomita e era filho do rei da Judéia, Herodes, o Grande (37 – 4 a.C.), e sua esposa Mariamne. Sua mãe era Glafira, uma princesa capadócia que era de ascendência grega, armênia e persa. Ela era a filha do rei Arquelau da Capadócia e sua mãe era uma princesa da Armênia, de nome desconhecido, possivelmente, pertencente à dinastia dos Artaxíadas. Seu irmão mais novo chamava-se Alexandre e tinha uma irmã mais nova de nome desconhecido. Seu sobrinho Tigranes VI serviu como um rei cliente romano da Armênia, durante o reinado do imperador Nero (54-68 d.C.). Tigranes V recebeu esse nome em homenagem à linhagem armênia e helênica de sua mãe. O nome Tigranes (Tigran) era o nome real mais comum na dinastia dos Artaxíadas e foi um dos nomes mais antigos dos reis armênios. O imperador romano Augusto menciona a ascendência armênia de Tigranes V em seu testamento político: “Quando ele [Artavasdes IV] foi assassinado enviei para este reino Tigranes [Tigrans V], que foi retirado a partir da família real dos armênios” (Res Gestae Divi Augusti, V. xxvi.).
Mariamne e Herodes, avós de Tigranes V
Tigranes nasceu e foi criado na corte do rei Herodes, o Grande, em Jerusalém. Após a morte do pai de Tigranes, Alexandre, em 7 a.C. Herodes fez apressadamente sua mãe retornar para a Capadócia, forçando-a a deixar seus filhos sob a custódia de Herodes, em Jerusalém. Tigranes e seu irmão permaneceram sob a tutela de Herodes para que pudesse controlar seus destinos. Após a morte de Herodes (4 a.C.), Tigranes e seu irmão decidiram deixar Jerusalém e viver com sua mãe e sua família na corte real da Capadócia. Quando Tigranes e seu irmão chegaram na Capadócia, eles renegaram sua ascendência e religião judaicas, e abraçaram sua ascendência grega, incluindo a religião. No entanto, os vínculos familiares com a dinastia de Herodes não foram totalmente quebrados. Após Tigranes e seu irmão renegarem sua ascendência judaica, foram considerados entre os companheiros judeus como gentios (não-judeus). O rei Arquelau enviou Tigranes para viver e ser educado em Roma.

Rei da Armênia
No início da era cristã, o Império Romano e o Império Parto lutam para controlar a Armênia, país importante devido a sua posição estratégica. A corte armênia encontra-se dividida entre os a favor de Roma e os a favor da Pártia. No ano 2 d.C., após um acordo com os partos, Augusto nomeou Ariobarzanes II e Artavasdes IV, reis da Média Atropatene, para governarem o país, mas não tiveram sucesso e o último foi assassinado pelos armênios (6 d.C.). Augusto revisou sua política externa e nomeou Tigranes V como o novo rei da Armênia. Tigranes foi acompanhado por seu avô Arquelau e o general romano Tibério (futuro sucessor de Augusto), à Armênia, onde foi instalado como rei na cidade de Artaxata. Artaxata se tornou a capital de Tigranes, que era inicialmente o único governante da Armênia, ainda que sob a tutela de Roma. Porém, os nobres armênios ficaram insatisfeitos e se rebelaram no final do ano e restauraram a antiga rainha Erato de volta ao trono. Então entre os anos 6 e 12, Tigranes cogovernou a Armênia com a rainha Erato, fato esse baseado na evidência de numismática. Porém, outra visão das fontes disponíveis indica que Tigranes V reinou até 12 quando os nobres armênios se revoltaram e entronizaram a rainha Erato, que por fim também foi deposta.
O templo pagão romano de Garni, Armênia

Depois da Realeza
Pouco se sabe sobre o seu reinado na Armênia embora algumas moedas do seu reinado tenham sobrevivido. A cunhagem sobrevivente é um reflexo de sua ascendência armeno-helênica e é prova de que ele realmente abandonou suas conexões judaicas. O seu título real está em grego ΒΑΣΙΛΕΩΣ ΤΙΓΡΑΝΟΥ ΜΕΓΑΛΟΥ (BASILEOS TIGRANOU MEGALOU, isto é, grande rei Tigranes). Em 12 d.C., Tigranes e Erato foram depostos por razões desconhecidas. Eles foram os últimos monarcas de ascendência artaxíada a ocuparem o trono armênio. Os armênios foram incapazes de chegar a acordo sobre a escolha de um novo rei sucedendo que tinham que aceitar qualquer príncipe que lhes fosse imposto pelos partos ou pelos romanos. Devido à falta de documentos históricos, não nos é suficientemente informado sobre todas as causas da queda da dinastia nacional, embora, em geral, possa ser essa queda atribuída ao conflito incessante das famílias aristocráticas (os nakharars) com a autoridade real. Por fim Augusto manteve a Armênia como um reino cliente e nomeou o príncipe parto Vonones I da Pártia como o novo rei da Armênia. Depois de seu governo, Tigranes pode ter permanecido na Armênia para reclamar o seu trono nos primeiros anos do reinado do imperador romano Tibério.
Região armênia com o monte Ararat ao fundo
Por volta do ano 18 d.C. Vonones I morreu. O avô materno de Tigranes, o rei Arquelau da Capadócia, tentou restabelecê-lo como o rei da Armênia. Tigranes pode ter chamado Arquelau para ajudá-lo a recuperar o seu trono e Arquelau pode ter sido visto como um traidor em Roma por ajudar um parente que por razões desconhecidas não era agora a favor dos romanos. Por fim a realeza armênia foi dada a Artaxias III, de origem do reino do Ponto. Após o ano 18, pouco se sabe sobre a vida de Tigranes. Sua esposa era a filha, cujo nome não se sabe, de Feroras, e por quem não teve filhos. Feroras era seu tio-avô paterno e irmão de Herodes, o Grande. O historiador Tácito registra Tigranes como uma vítima do reinado de terror que marcou os últimos anos de Tibério. As acusações feitas contra ele por Tibério em 36 d.C. não são indicadas, mas é claro que ele não sobreviveu a elas. Sua morte seguiu a instalação por Roma, no ano 35, de um rei novo cliente na Armênia, o príncipe Mitrídates da Ibéria, como parte de uma campanha romana mais ampla contra o rei Artabano II da Pártia.

FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Tigranes_V_of_Armenia
http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Asia/Armenia/_Texts/KURARM/14*.html
http://standpointmag.co.uk/text-janfeb-11-herod-the-terrible-or-herod-the-great-geza-vermes-reappraisal
http://www.cngcoins.com/Bid.aspx?Item_ID=147147
http://www.exoticarmeniatours.com/attachments/Image/garni-temple.gif

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