Tigranes V, também conhecido como Tigran V (em grego: Τιγράνης, armênio: Տիգրան Ե, Tigran Ye), viveu entre 16 a.C. e 36 d.C.. Ele foi um príncipe oriundo da dinastia herodiana, a qual governou a Judeia no início da era cristã, e serviu como um rei da Armênia subalterno ao Império Romano entre 6 e 12 d.C.
Moeda do reinado de Tigranes V |
Origens e Ascendência
Tigranes foi o primeiro filho de Alexandre e Glafira, nobre orientais. Alexandre foi um príncipe da Judeia, de ascendência judaica, nabateia e edomita e era filho do rei da Judéia, Herodes, o Grande (37 – 4 a.C.), e sua esposa Mariamne. Sua mãe era Glafira, uma princesa capadócia que era de ascendência grega, armênia e persa. Ela era a filha do rei Arquelau da Capadócia e sua mãe era uma princesa da Armênia, de nome desconhecido, possivelmente, pertencente à dinastia dos Artaxíadas. Seu irmão mais novo chamava-se Alexandre e tinha uma irmã mais nova de nome desconhecido. Seu sobrinho Tigranes VI serviu como um rei cliente romano da Armênia, durante o reinado do imperador Nero (54-68 d.C.). Tigranes V recebeu esse nome em homenagem à linhagem armênia e helênica de sua mãe. O nome Tigranes (Tigran) era o nome real mais comum na dinastia dos Artaxíadas e foi um dos nomes mais antigos dos reis armênios. O imperador romano Augusto menciona a ascendência armênia de Tigranes V em seu testamento político: “Quando ele [Artavasdes IV] foi assassinado enviei para este reino Tigranes [Tigrans V], que foi retirado a partir da família real dos armênios” (Res Gestae Divi Augusti, V. xxvi.).
Mariamne e Herodes, avós de Tigranes V |
Tigranes nasceu e foi criado na corte do rei Herodes, o Grande, em Jerusalém. Após a morte do pai de Tigranes, Alexandre, em 7 a.C. Herodes fez apressadamente sua mãe retornar para a Capadócia, forçando-a a deixar seus filhos sob a custódia de Herodes, em Jerusalém. Tigranes e seu irmão permaneceram sob a tutela de Herodes para que pudesse controlar seus destinos. Após a morte de Herodes (4 a.C.), Tigranes e seu irmão decidiram deixar Jerusalém e viver com sua mãe e sua família na corte real da Capadócia. Quando Tigranes e seu irmão chegaram na Capadócia, eles renegaram sua ascendência e religião judaicas, e abraçaram sua ascendência grega, incluindo a religião. No entanto, os vínculos familiares com a dinastia de Herodes não foram totalmente quebrados. Após Tigranes e seu irmão renegarem sua ascendência judaica, foram considerados entre os companheiros judeus como gentios (não-judeus). O rei Arquelau enviou Tigranes para viver e ser educado em Roma.
Rei da Armênia
No início da era cristã, o Império Romano e o Império Parto lutam para controlar a Armênia, país importante devido a sua posição estratégica. A corte armênia encontra-se dividida entre os a favor de Roma e os a favor da Pártia. No ano 2 d.C., após um acordo com os partos, Augusto nomeou Ariobarzanes II e Artavasdes IV, reis da Média Atropatene, para governarem o país, mas não tiveram sucesso e o último foi assassinado pelos armênios (6 d.C.). Augusto revisou sua política externa e nomeou Tigranes V como o novo rei da Armênia. Tigranes foi acompanhado por seu avô Arquelau e o general romano Tibério (futuro sucessor de Augusto), à Armênia, onde foi instalado como rei na cidade de Artaxata. Artaxata se tornou a capital de Tigranes, que era inicialmente o único governante da Armênia, ainda que sob a tutela de Roma. Porém, os nobres armênios ficaram insatisfeitos e se rebelaram no final do ano e restauraram a antiga rainha Erato de volta ao trono. Então entre os anos 6 e 12, Tigranes cogovernou a Armênia com a rainha Erato, fato esse baseado na evidência de numismática. Porém, outra visão das fontes disponíveis indica que Tigranes V reinou até 12 quando os nobres armênios se revoltaram e entronizaram a rainha Erato, que por fim também foi deposta.
O templo pagão romano de Garni, Armênia |
Depois da Realeza
Pouco se sabe sobre o seu reinado na Armênia embora algumas moedas do seu reinado tenham sobrevivido. A cunhagem sobrevivente é um reflexo de sua ascendência armeno-helênica e é prova de que ele realmente abandonou suas conexões judaicas. O seu título real está em grego ΒΑΣΙΛΕΩΣ ΤΙΓΡΑΝΟΥ ΜΕΓΑΛΟΥ (BASILEOS TIGRANOU MEGALOU, isto é, grande rei Tigranes). Em 12 d.C., Tigranes e Erato foram depostos por razões desconhecidas. Eles foram os últimos monarcas de ascendência artaxíada a ocuparem o trono armênio. Os armênios foram incapazes de chegar a acordo sobre a escolha de um novo rei sucedendo que tinham que aceitar qualquer príncipe que lhes fosse imposto pelos partos ou pelos romanos. Devido à falta de documentos históricos, não nos é suficientemente informado sobre todas as causas da queda da dinastia nacional, embora, em geral, possa ser essa queda atribuída ao conflito incessante das famílias aristocráticas (os nakharars) com a autoridade real. Por fim Augusto manteve a Armênia como um reino cliente e nomeou o príncipe parto Vonones I da Pártia como o novo rei da Armênia. Depois de seu governo, Tigranes pode ter permanecido na Armênia para reclamar o seu trono nos primeiros anos do reinado do imperador romano Tibério.
Região armênia com o monte Ararat ao fundo |
FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Tigranes_V_of_Armenia
http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Asia/Armenia/_Texts/KURARM/14*.html
http://standpointmag.co.uk/text-janfeb-11-herod-the-terrible-or-herod-the-great-geza-vermes-reappraisal
http://www.cngcoins.com/Bid.aspx?Item_ID=147147
http://www.exoticarmeniatours.com/attachments/Image/garni-temple.gif
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