quarta-feira, 24 de outubro de 2012

RADAMISTO (51 - 54 d.C.)

Radamisto (também conhecido como Ghadam) foi um príncipe iberiano que reinou brevemente na Armênia entre 51-54 d.C. Considerado usurpador e tirano, ele foi derrubado em uma rebelião patrocinada pelo Império Parto. Radamisto, filho do rei Farasmanes (Parsman) I da Ibéria, era conhecido por sua ambição, boa aparência e valentia. Farasmanes, receando uma usurpação pelo seu filho, convenceu Radamisto a fazer guerra contra seu tio, o rei Mitrídates da Armênia, irmão de Farasmanes e pai da esposa de Radamisto, Zenóbia. Os iberianos invadiram a Armênia com um grande exército e forçaram a retirada de Mitridates para a fortaleza de Gorneas (próxima a atual Erevan, capital da Armênia), que era uma guarnição romana sob o comando de Célio Polio. Polio, seduzido pelo suborno de Radamisto, permitiu uma entrevista entre Mitrídates e seu sobrinho. Entretanto, Radamisto executou Mitridates e seus filhos apesar de uma promessa de não-violência e se assim se tornou rei da Armênia (51 d.C.).  Roma decidiu não ajudar os seus aliados armênios, exigindo apenas nominalmente de Farasmanes que os iberianos se retirassem da Armênia. Porém, o governador romano da Capadócia, Peligno, invade a Armênia; sendo também subornado por Radamisto, retira-se do país. 
O ator Luca Pisaroni interpretando Radamisto na obra homônima de Haendel.

O governador da Síria, Quadrato, envia uma força para restaurar a ordem, mas a mesma teve que ser detida para não se provocar uma guerra com a Pártia, cujo rei Vologases, não conformado com a usurpação de Radamisto, aproveitou a oportunidade para enviar seu exército à Armênia, expulsando os iberianos e instalando no trono a Tiridates, seu genro (53 d.C.). Uma epidemia de inverno forçou os partos a abandonar a Armênia, permitindo que Radamisto retornasse. Ele puniu como traidoras as cidades armênias que tinham se entregue aos partas. Eclodiu-se uma revolta geral dos armênios que reivindicaram o príncipe parto Tiridates como seu governante e Radamisto teve de fugir juntamente com sua esposa grávida, Zenóbia. Segundo o historiador romano Tácito, não sendo possível fazer um longo percurso a cavalo, Zenóbia convence o marido a matá-la no caminho para que não caia nas mãos dos seus perseguidores.
Radamisto ferindo Zenóbia por Luigi Sabatelli, 1803.

Embora apunhalada e deixada às margens do rio Araxes, ela sobreviveu e foi encontrada por alguns pastores. Eles entregaram Zenóbia à corte de Tiridates que, apesar dos antigos temores dela, a recebeu gentilmente e tratado-lhe como uma rainha. Radamisto consegue regressar a Ibéria. No entanto, ele foi rapidamente condenado à morte por seu pai, sob aprovação de Roma, por estar tramando para usurpar-lhe o trono. A história de Radamisto inspirou à Arte. Georg Friedrich Handel compôs a ópera Radamisto (1720) com libreto do Nicola Francesco Haym, baseado na história de Lalli Domenico. Duas óperas intituladas Zenobia baseadas no libreto de Pietro da Metastasio foram compostas por Giovanni Bononcini em 1737 e por Johann Adolph Hasse em 1761. A descoberta de Zenobia ferida e inconsciente à margem do Rio Araxes é objeto de pinturas clássicas de Bouguereau, Paul Baudry e Nicolas Poussin.
Zenóbia encontrada pelos pastores às margens do
Araxes por William-Adolphe Bouguereau, 1850.

FONTES::
http://reinodaiberia.blogspot.com.br/2008/12/radamisto-prncipe-da-ibria-rei-da.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Vologases_I_of_Parthia


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