Cylax ou Cylaces (Zig) foram governadores da Armênia no período de ocupação do Império Persa Sassânida tendo governado entre o ano 368 e o ano 369. Durante o governo do rei Arsaces II (350 – 368), a Armênia manteve certa neutralidade no conflito entre romanos e persas no Oriente Médio. Arsaces II acabou por ajudar o imperador romano Juliano, o Apóstata, na sua luta contra o rei sassânida Sapor II. Na Batalha de Ctesifonte (363), embora os romanos tenham sido vitoriosos, o imperador morreu e seu sucessor, Joviano, sem capacidade de fazer maior força aos persas cedeu muitos territórios e acabou por abandonar a Armênia a sua própria sorte. Há muitos anos os persas queriam conquistar a Armênia e agora sem o apoio dos romanos do país ficou vulnerável.
O Império Romano, a Armênia e o Império Sassânida em 363 |
Sapor II, que já experimentara a brava resistência dos armênios a seus intentos, aliciou dois nobres armênios, Vahan Mamikonian e Meruzhan Artsruni, que se juntaram a sua corte, visando facilitar sua aceitação como futuro senhor da Armênia. Os persas rapidamente atacaram, mas não tiveram sucesso, em parte devido à liderança do general Vasak Mamikonian. Sapor II, vendo que por meio da força bruta não estava conseguindo subjugar os armênios, mais uma vez, voltou-se para a traição (como acontecera no reinado de Tigranes VII, 339-350). Arsaces II foi convidado pelo rei persa para negociações de paz. Quando Arsaces II chegou com Vasak Mamikonian, ele foi preso e o general foi esfolado. A rainha Pharantzem e seu filho Pap, herdeiro do trono, pegaram o tesouro armênio e esconderam-se na fortaleza de Artogerassa, que era defendida por uma tropa de azats (cavaleiros da baixa nobreza armênia). A invasão da Armênia foi liderada por Cylax (também conhecido como Cylaces Zig) e Artabanes (também conhecido como Artaban Karen), dois armênios que desertaram para Sapor II. Cylaces e Artabanes também foram apoiados pelos nobres armênios desertores Vahan Mamikonian e Meruzhan Artsruni.
O rei armênio Arsaces II na interpretação do ator armênio Barseg Tumanyan na ópera Arshak II |
Apelando em nome de seu marido, Pharantzem iniciou negociações com Cylax e Artabanes para entregar a fortaleza durante esse tempo. Cylax e Artabanes, não levando em conta a vontade de Sapor II, negociaram com Pharantzem, e seu filho Pap foi levado em segurança para a Anatólia de onde se refugiou na corte do imperador romano Valente. Pap, durante o tempo em que ficou com os romanos, manteve comunicação com a mãe (certamente sob a conivência de Cylax e Artabanes) na fortaleza e a encorajou a aguardar o seu resgate. Porém, quando soube que os romanos se preparavam para ajudar a Pap a ser rei da Armênia (Arsaces II se suicidara na prisão persa), Sapor II se concentrou em conquistar a fortaleza de Artogerassa e concluir a conquista da Armênia. As forças persas capturaram a fortaleza depois de dois anos em que Pharantzem bravamente defendeu-se a si mesma e aos armênios sob sua tutela. A fome e a doença haviam deixado poucos sobreviventes dos 11.000 soldados e 6.000 mulheres que haviam se refugiado na fortaleza. Pharantzem e o tesouro real armênio foram levados para o palácio de Sapor II, o qual querendo humilhar a Armênia, deu Pharantzem a seus soldados que brutalmente a estupraram até a morte. Entre 368 e 370 a Armênia foi governada por governadores de Sapor II (Vahan Mamikonian e Meruzhan Artsruni) até que Pap recuperasse a Armênia em 370 com o apoio dos romanos. Cylax e Artabanes, entretanto, foram traídos por Pap, que os degolou e entregou suas cabeças ao rei Sapor II como prova de sua lealdade.
FONTES:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cylax
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artaban
http://osreisdaarmenia.blogspot.com.br/2013/02/arsaces-ii-350-368-dc.html
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